Nave Movida a Água Barateia Viagem a Marte em 100 vezes

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada hoje (28/03) no site “Inovação Tecnológica” destacando que projeto de nave espacial movida a água barateia viagem ao planeta Marte em 100 vezes.

Duda Falcão

Espaço

Nave Movida a Água Barateia
Viagem a Marte em 100 vezes

Redação do Site Inovação Tecnológica
28/03/2011

A água teria outras utilidades além de servir como
combustível e, na verdade, condiciona todo
o projeto da nave. [Imagem: Robert Becker]

Poderia uma espaçonave interplanetária ser alimentada unicamente por água?

A resposta é sim, segundo dois pesquisadores da área.

Brian McConnell e Alex Tolley defenderam a ideia da criação da nave, que eles batizaram de "carruagem espacial", em um artigo publicado no jornal da Sociedade Interplanetária Britânica.

Carruagem Espacial

Segundo os pesquisadores, uma viagem a Marte em uma nave alimentada a água custaria o equivalente a um único lançamento de um ônibus espacial até a Estação Espacial Internacional.

Ao contrário dos ônibus espaciais, a carruagem espacial seria uma nave estritamente espacial, dispensando as especificações necessárias ao pouso, o que poderia ser feito por naves auxiliares projetadas especificamente para isso.

Esta idéia também foi defendida pela NASA na semana passada, quando a agência espacial apresentou um novo conceito de nave espacial para vôos de longa duração.

A carruagem espacial também aproveitaria o conceito de módulos infláveis, defendidos por Robert Bigelow para a construção do seu hotel espacial.

E, segundo os pesquisadores, sua nave espacial não depende de nenhuma inovação tecnológica futura: "É realmente um projeto de integração de sistemas. A tecnologia fundamental está toda disponível," disse McConnell.

Nave Movida a Água

O que mais chama a atenção na carruagem espacial, contudo, é o seu combustível, exclusivamente água.

O motor da espaçonave "queimaria" a água no interior de motores eletrotermais acionados por micro-ondas.

Motores eletrotermais são um tipo de sistema de propulsão elétrica, a exemplo dos motores iônicos e do motor vasimir.

Eles já foram testados em laboratório usando a água como propelente. Segundo os pesquisadores, esses motores "provaram ser várias vezes mais eficientes no consumo de combustível do que os foguetes químicos convencionais".

Esses motores superaquecem a água no interior de uma câmara. O vapor resultante é ejetado por um bocal semelhante aos bocais dos foguetes comuns, fornecendo o impulso à nave.

Motores Eletrotermais

A energia elétrica para os motores, assim como para toda a nave, seria fornecida por grandes painéis solares, o que levou a um design "chapado" da nave para ampliar a área disponível tanto para o armazenamento da água quanto para a instalação dos painéis solares.

Os motores eletrotermais a água fornecem pouco empuxo em relação aos motores químicos, mas, como poderiam funcionar por muito mais tempo, propiciaram uma aceleração contínua à nave, permitindo que as missões fossem feitas nos tempos previstos atualmente - uma viagem a Marte levaria cerca de seis meses.

Para dar maior agilidade e capacidade de manobra, principalmente em situações de emergência, a nave teria pequenos motores químicos, similares aos usados em satélites e sondas espaciais.

"A capacidade de usar a água como propelente altera radicalmente a economia das missões de longo alcance, reduzindo o custo de uma missão em até 100 vezes, tornando as missões ao espaço profundo comparáveis em termos de custos às atuais missões tripuladas à órbita baixa da Terra," dizem os pesquisadores, referindo-se aos ônibus espaciais norte-americanos.

Escudos de Água

A água teria outras utilidades além de servir como combustível e, na verdade, condiciona todo o projeto da nave.

Os módulos infláveis teriam camadas externas cheias de água, que serviria como um escudo contra a radiação do espaço.

A água também poderia ser incorporada nas próprias paredes dos módulos infláveis, congelando em contato com o frio do espaço e funcionando como um escudo rígido contra os micrometeoritos e outros detritos que possam se chocar com a nave durante a viagem.

A grande disponibilidade de água também possibilitará o cultivo de plantas para alimentação e, coisa inédita no espaço, permitirá até mesmo que os astronautas tomem banho de banheira.

Os pesquisadores defendem a utilização de uma frota dessas carruagens espaciais viajando pelo Sistema Solar, reabastecendo-se de água na órbita baixa da Terra ou de água "minerada" na Lua ou mesmo em Marte.

Bibliografia:

A Reference Design For A Simple, Durable and Refuelable Interplanetary Spacecraft
Alex Tolley, Brian McConnell
Journal of the British Interplanetary Society
March 2011
Vol.: In Press


Fonte: Site Inovação Tecnológica

Comentário: Veja você leitor que em nossa opinião apesar da falta de foco do governo americano e dos atuais dirigentes da NASA no que diz respeito ao que fazer nos próximos 25 anos com seu programa tripulado, a comunidade espacial tem apresentado diversas opções tecnológicas para vôos além da órbita Lunar, inclusive por pesquisadores da própria NASA. As opções são diversas como apresentado por essa matéria do site “Inovação Tecnológica”, inclusive o projeto da NASA que apresentamos dias atrás e citado nesta matéria. Entretanto, o projeto de levar o homem a Marte utilizando-se de propulsão a água é no mínimo algo bastante inovador e aparentemente simples, porém, será que realmente funcionaria?

Comentários

  1. O romance scifi 2010: Odyssey Two (1982), do falecido escritor e cientista Arthur C Clarke (1917-2008), já havia nos apresentado uma proposta parecida: água como combustível para mover uma nave interplanetária da Terra à órbita de Júpiter. Chegando ao seu destino, esse hipotético veículo entraria na órbita da lua joviana Europa, que é coberta de grossa camada de gelo, e pousaria em sua superfície. Iniciariam os tripulantes uma perfuração no gelo até alcançarem água em estado líquido (poderíamos hoje especular a possibilidade de se triturar o proprio gelo e derretê-lo). A água seria bombeada para os tanques da espaçonave, movida a energia atômica, com evidente capacidade lander, abastecendo-a. Segundo o autor deste livro, o veículo poderia iniciar uma viagem exploratória por todos os satélites de Júpiter e ainda sobrar bastante para se empreender o retorno à Terra.

    Como se vê, apesar das variantes, essa ideia não é nova.

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  2. Pois é amigo Antônio,

    O Arthur C. Clarke era o cara, com uma imaginação fora do comum. Não é por acaso que depois de sugerir em seus livros o satélite artificial, entre outras tantas coisas, algumas se tornaram realidade. Quem sabe essa também um dia saia da ficção e possa tornar-se uma realidade em prol do desenvolvimento e da sobrevivência da humanidade.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  3. Quer saber? Na minha opinião, assim como os antigos aprenderam a servir-se da força dos ventos para mover embarcações na água ou mover cataventos e moínhos eólicos, o homem desvendará os mistérios da força gravitacional e construirá veículos aeroespaciais que se utilizem dessas força. Imagine-se naves que se utilizem dos campos gravitacionais planetários para se locomover. Essa especulação (como não sou físico não usarei aqui o termo hipótese) vem sendo discutida há décadas. Não quero fantasiar (exageradamente), apenas considerar que planos aeroespaciais atuais para os próximos 30, 40 50 anos ou mais poderão sofrer alterações radicais. Alego isso calcado no que tenho lido em informes científicos aqui e ali.

    A História comprova que se se tivesse considerado alternativas aparentemente, à primeira vista, absurdas se teria avançado bem mais. E mais rápido, em todas as áreas do conhecimento.

    Num doc do Discovery Channel (o assunto ali era UFOs) vi um fenômeno que nunca pensei ver em vida: um engenheiro espacial norte-americano afirmava, baseado em fotos desfocadas de OVNIs sobrevoando o território dos EUA em 1991, cuja seção inferior apresentava uma luz vermelha, que esses veículos aereos não identificados nada tinham de extraterrestres. Eram experimentos secretos dos EUA. Ele fez uma demonstração de uma bobina fixada sobre uma mesa comum: uma corrente elétrica foi liberada e a citada bobina elevou-se de súbito! Foi citado ali o efeito Coanda. Isto tem algo a ver?

    Na década de 1990 (e Arthur C Clarke faz uma referência a isso no posfácio de 3001: The Final Odyssey [1997]) engenheiros europeus (Finlândia e Alemanha), trabalhando independentemente em dois laboratórios diferentes, fizeram um experimento na qual um objeto era colocado sobre um disco rotativo submetido ao efeito supercondutor: o objeto, segundo relatos das medições, teria perdido menos de 2% de seu peso.

    Alguém poderia nos explicar isto?!

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  4. Olá Antônio!

    Também acredito que o homem desvendará os mistérios da força gravitacional e construirá veículos aeroespaciais que se utilizem dessa tecnologia, apesar de não esta vivo para ver isso acontecer. Concordo também que alguns experimentos dos EUA possam explicar a maioria dos casos com UFOS.

    Entretanto, existem alguns que com toda boa vontade do mundo, com todo enchimento de lingüiça normalmente utilizado por cientistas para explicar o fenômeno e sustentar a crença deles, não tem explicação. Não sei se são alienígenas, se são da Terra, mas pelo menos certamente não são de nosso tempo. Tive a oportunidade quando garoto, aos 12 anos, de observar um fenômeno desse, junto com minha tia Maria Esther (já falecida) da varanda da casa da fazenda na região de Feira de Santana na Bahia, que jamais esquecerei.

    Além disso, a própria arqueologia nos últimos 200 anos, pelo menos, tem descoberto objetos muito estranhos entre outras coisas, que estão esquecidos nos armários de museus ao redor do mundo ou são desacreditados pela comunidade científica, que procura a todo custo sustentar uma mentira insustentável. Você há de convir de que não é fácil para um arqueólogo, ou cientista de qualquer área do conhecimento com 25, 30, ou 50 anos de formado, se ver diante de um objeto ou de uma prova qualquer incontestável de que tudo que aprendeu não vale de nada, e ele não tentar se proteger. Felizmente já existe um movimento dentro da Comunidade Científica que estar optando caminhar de outra forma, apesar de ainda ser pequeno.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  5. Folgo em saber que esse movimento na Comunidade Científica já existe.

    Existem um sem-número de fenômenos mal explicados ocorrendo ao nosso redor desde que o mundo é mundo. Alguns deles (talvez todos) poderiam de algum modo solucionar questões urgentes no nosso modo de vida.

    Como o assunto aqui é o setor aeroespacial, seriam, claro, muito bemvindas ideias que solucionem o acesso seguro e barato ao espaço exterior.

    Abraços.

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  6. Olá Antônio!

    Tens razão amigo e como pode notar soluções para isso então sendo apontadas pela comunidade científica (propulsão a água, nuclear, iônica, eletromagnética, antigravitacional, entre outras) ainda que de vanguarda. A esse esforço se junta o Brasil, com o desenvolvimento da tecnologia hipersônica a ar aspirado e a Laser do IEAv, duas opções que deverão ser testadas nos próximos 3 anos. O certo é que se quisermos avançar no espaço profundo de forma viável e mais barata possível, não poderemos continuar dependendo de motores químicos.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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