Projeto Mapeia Resistência a Antibióticos em São Paulo

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada hoje (23/03) no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que o projeto “EUREQA – Epidemiologia do Uso e da Resistência Bacteriana a Quimioterápicos e Antibióticos na População”, que teve a participação do INPE, mapeia a resistência a antibióticos na população de São Paulo.

Duda Falcão

Projeto Mapeia Resistência a Antibióticos
na População de São Paulo

23/03/2011

Um estudo inédito aponta a relação entre o consumo de antibióticos e a emergência de áreas de risco de resistência bacteriana. Os resultados de um mapeamento preliminar com dados da cidade de São Paulo estão no artigo “A spatial approach for the epidemiology of antibiotic use and resistance in community-based studies: the emergence of urban clusters of Escherichia coli quinolone resistance in Sao Paulo, Brasil”, que acaba de ser publicado pelo International Journal of Health Geographics: http://www.ij-healthgeographics.com/content/10/1/17

Financiado pela FAPESP, o projeto EUREQA – Epidemiologia do Uso e da Resistência Bacteriana a Quimioterápicos e Antibióticos na População teve a participação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), por meio do Programa Espaço e Sociedade, que utilizou geotecnologias no cruzamento de dados médicos e de localização para elaborar o mapa em que se baseia o artigo.

Mutidisciplinar, o EUREQA conta ainda com a Escola Paulista de Medicina-Unifesp, através do Laboratório Especial de Microbiologia Clínica, o Laboratório de Estatística e Geoinformação da Universidade Federal do Paraná e a Universidade de Taubaté. Também fazem parte o Instituto Fleury e a empresa GC-2.

“Trata-se de um arranjo interinstitucional singular para pesquisa e desenvolvimento que envolveu instituições públicas em associação com o setor privado”, comenta Antonio Miguel Vieira Monteiro, pesquisador do INPE que coordena o programa Espaço e Sociedade.

O EUREQA se baseou no conceito de que a resistência bacteriana seja transmissível (assim como no caso do surgimento de super-bactérias). Portanto, esta resistência seria influenciada pelo ambiente ao seu redor e seu surgimento não aconteceria apenas nos indivíduos que usem antibióticos, mas sim em todos aqueles sujeitos a maior risco de aquisição.

O estudo evidenciou de forma inusitada que, quando pessoas usam um certo antibiótico em uma mesma comunidade (zona de influência), todos os moradores daquela comunidade estarão sob o mesmo risco de adquirir bactérias resistentes a partir de uma quantidade determinada de consumo coletivo (denominada pelos pesquisadores de Densidade de DDD). Isto seria independente do fato de uma pessoa isoladamente ter ou não consumido aquele mesmo antibiótico nos últimos tempos.

“Ou seja, se muitos de nossos vizinhos estiverem usando um determinado antibiótico, é possível que nós tenhamos uma infecção por uma bactéria mais resistente, mesmo que não tenhamos comprado antibióticos nos últimos tempos”, explica o pesquisador do INPE.

Para o professor Martin Kuldorff, da Harvard Medical School of Public Health, o estudo das relações geográficas entre uso de antibiótico e resistência é novo e estimulante e, com esta linha de pesquisa, os pesquisadores estão no estado-da-arte das pesquisas em resistência antimicrobiana em saúde pública.



Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)

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