Missão ASTER - A Incerteza Continua e o Prazo Diminui

Olá leitor!


O blog tem apresentado desde 19/12/2009 notícias sobre a inovadora Missão ASTER (reveja algumas delas: “Projeto Aster é Proposto no IWAE. Será Realizado?”,”Projeto ASTER - Mais Informações”,”UFABC Integra Missão Espacial”,”UFABC Desenvolve ALR para Missão ASTER” entre outras) e recentemente apresentou uma reportagem realizada pelo jornal “Folha de São Paulo” sobre esta missão (veja a nota “Brasil quer Enviar sua Primeira Sonda a Asteróide em 2015”).

Entretanto, jamais apresentamos aqui uma nota com detalhes onde surgiu essa idéia, e o que ocorreu desde que a mesma foi idealizada pelos pesquisadores brasileiros Elbert Macau (LAC-INPE) e Othon Cabo Winter (UNESP) durante o "Congresso Internacional de Astronáutica de Glasgow", na Escócia, em outubro de 2008.

Veja abaixo o cronograma histórico desta missão desde a sua idealização em Glasgow:

10/2008: Concepção durante o IAC, em Glasgow;

- Criação de um grupo de discussão – várias reuniões;
- Definição de objetivos – tecnológico e alvo;
- Estudos preliminares e possíveis transferências orbitais;

09/2009: Apresentação no I WAE (IAG-USP);

12/2009: Discussões na AEB, para inclusão no PNAE;

03/2010: I workshop de Concepção de Projeto;

05/2010: I Workshop de Instrumentação Científica;

07/2010: Diretores do INPE foram ao IKI - Rússia;

09/2010: II Workshop de Instrumentação Científica;

10/2010: Workshop no INPE com representantes do IKI - Rússia.

A missão foi proposta e apresentada pela primeira vez durante a realização do "I Workshop de Astronomia Espacial (I WAE)" ocorrido em 03/09/2009 na USP.

Ainda em setembro de 2009 foi apresentada a Agência Espacial Brasileira (AEB), visando ser incluída no novo PNAE, coisa que ainda não ocorreu devido a este documento ainda está sendo formulado. Entretanto, essa iniciativa não significa necessariamente que a missão será incluída, tenho minha dúvidas quanto a isso, e mesmo que seja, não é uma garantia de que será realizada no prazo previsto, porém já será um começo.

Em março de 2010 foi realizado o “I Workshop de Concepção do Projeto” onde foi definida a concepção da missão.

Finalmente em maio de 2010 foi realizado “I Workshop de Instrumentação Científica”. Abaixo segue três apresentações em arquivos ppt apresentados durante este primeiro workshop.




Pesquisadores Participantes do I Workshop - Maio de 2010

Já em julho de 2010, diretores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), uma das instituições envolvidas com o projeto, foram ao Instituto de Pesquisas Espaciais da Academia de Ciências da Rússia (IKI), em Moscou, para discutir a participação desta instituição na missão.

Em setembro de 2010, foi realizado o “II Workshop de Instrumentação Científica”. Abaixo segue algumas das apresentações em arquivos ppt apresentados durante este segundo workshop, além de um pequeno vídeo.









Pesquisadores Participantes do II Workshop - Setembro de 2010

Já em outubro, foi realizado sem muito alarde um Workshop no INPE com a presença de representantes do IKI russo, onde infelizmente não tenho informações sobre os seus resultados.

A última ação com relação à Missão ASTER que tenho conhecimento foi um minicurso ministrado pelo astrônomo italiano Davide Perna intitulado “Asteróides: Observação, Taxonomia e Mineralogia” no XI Ciclo de Palestras, que foi realizado de 21 a 25 de fevereiro, na Faculdade de Engenharia (FEG), Câmpus de Guaratinguetá da UNESP. O especialista tratou de temas relativos ao trabalho dos pesquisadores envolvidos com a missão, da qual a UNESP participa. Veja a notícia pelo link:


Vale lembrar leitor que essa missão além de contar com a participação do INPE e da UNESP, conta também com a participação da Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Observatório Nacional (ON) e do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), além de contar com o apoio do técnico do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Astrofísica (INCT- Astrofísica) e do Instituto Nacional de Estudos do Espaço (INEspaço).

Não resta dúvida a importância que uma missão como esta representa para Brasil, não só pelo que a mesma poderá trazer (caso seja realmente realizada) para o desenvolvimento da ciência e tecnologia brasileira, mas também pelo que a mesma representará politicamente internacionalmente falando, já que em 2016 estará sendo realizado no Brasil os “Jogos Olímpicos de Verão”, e nada melhor para a imagem do país ter uma sonda espacial como essa sendo exitosamente lançada (é o que se espera) meses antes dos jogos.

Para tanto, o governo brasileiro precisa acordar e tomar a decisão já, mesmo antes de incluí-la no novo PNAE, para que então os pesquisadores possam partir com firmeza visando cumprir a previsão de lançar a sonda em 2015 ou no mais tardar em 2016 (se houver a janela ainda), pouco antes dos jogos. Vamos aguardar e torcer.

AVANTE MISSÃO ASTER

Duda Falcão


Fonte: Diversas

Comentários

  1. Eis uma area que o País deveria investir mais. Exploração do espaço profundo. Já estamos décadas atrasados em relação a veículos lançadores, e agora vamos nos atrasar no setor de pesquisa espacial "in locco"?
    Uma missão dessa possui um custo beneficio muito maios do que qualquer outro investimento de pesquisa. Já somos exemplos disso com os telescopios Gemini, SOAR entre outros do setor.
    Espero poder ver essa missão acontecendo.

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  2. Olá Robsobn!

    Endosso as suas palavras e sou um grande entusiasta desta missão. Tenho divulgado esta iniciativa praticamente desde o seu inicio, mesmo não acreditando que a mesma venha ser realizada se depender exclusivamente do governo brasileiro e da AEB. Entretanto estamos na luta e continuaremos a apoiar este que considero o mais inovador projeto surgido no PEB desde a sua implantação.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  3. Esta é uma boa oportunidade para o Brasil testar os seus propulsores iônicos, um grande problema do PEB são seus atrasos por falta de dinheiro, mas nessa missão não tem como atrasar pois se atrasar não haverá possibilidade da sonda chegar no asteróide triplo, com os Russos entrando no jogo os prazos tem que ser cumprido msm, espero que em 2015 tudo dê certo, num vejo a hora desta sonda estar pronta e ser lançada!

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  4. Olá Edgar!

    Na realidade não só os seus propulsores iônicos, mas também tantas outras tecnologias que seriam testadas ou desenvolvidas para a realização de uma sonda espacial com essa. O governo precisa acordar e apoiar logo essa missão, se não a mesma se tornará infelizmente inviável, devido a proximidade da janela de vôo.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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