Famílias das Vítimas do VLS Afirmam Que Morte dos Técnicos Foi em Vão

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada ontem (22/08) no site do jornal “O VALE”, destacando que as famílias das vítimas do VLS afirmam que morte dos técnicos foi em vão.

Duda Falcão

REGIÃO

Famílias das Vítimas do VLS Afirmam
Que Morte dos Técnicos Foi em Vão

Governo teria cortado convênios e bolsas, deixando famílias
em situação crítica; atrasos no programa espacial decepcionam parentes

Xandu Alves
São José dos Campos
August 22, 2013 - 07:07

"A nossa única certeza é de que eles foram assassinados pelo governo, e até agora em vão". As duras palavras do advogado José Oliveira, 54 anos, descrevem o sentimento dos familiares dos 21 técnicos e engenheiros de São José dos Campos que morreram na tragédia do VLS (Veículo Lançador de Satélites), em 22 de agosto de 2003.

O acidente faz 10 anos hoje e as famílias das vítimas dizem se sentir decepcionadas e desamparadas pelo governo federal. A decepção tem uma origem: os atrasos no programa espacial brasileiro, que enfrenta corte de recursos impostos pelo governo federal.

As promessas de enviar um satélite ao espaço, com tecnologia nacional, não se confirmaram até hoje. Após o incêndio que matou os técnicos de São José na Base de Alcântara, no Maranhão, o governo adiou o lançamento do veículo.

Antes previsto para 2013, o novo lançador, batizado de VLS-1, está em fase de desenvolvimento e só deve fazer um voo de teste em abril de 2014, se não sofrer um novo atraso, segundo o governo.

"A melhor maneira de homenagear os nossos familiares é lançar o satélite. Eles morreram por isso", disse Oliveira, que preside a Asfavv (Associação dos Familiares das Vítimas do Acidente do VLS) que perdeu o irmão no acidente.

"Mas estamos decepcionados com os seguidos atrasos no programa e nos cortes dos benefícios. Fomos abandonados", acrescentou Doris Maciel Cezarini, 53 anos, que perdeu o marido na explosão.

Pendências

Os familiares também criticam o governo federal por cortes no acordo firmado em 2003, que garantia benefícios às famílias. A lista de pendências engloba corte de convênio médico e psicológico, mudanças no pagamento de bolsa educação e revisão de pensões.

"A situação é bastante ruim para as famílias", disse Adriana Helena Silva, 44 anos, viúva de um técnico.

Para Oliveira, a esperança é a intermediação que o prefeito de São José, Carlinhos Almeida (PT), prometeu fazer junto ao governo federal. "Ele disse que vai nos ajudar".

Governo Afirma Que Programa Recebe Recursos e Vai Continuar

O Ministério da Defesa informou que o programa espacial brasileiro continua recebendo recursos e que não será paralisado.

O programa do VLS, sob a responsabilidade do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), de São José, mantém o cronograma e deve ser lançado em agosto do próximo ano.

Mas o corte de R$ 919,4 milhões no orçamento deste ano do Ministério da Defesa, determinado por Dilma Rousseff (PT), pode afetar o programa.

Em entrevista a O VALE em 10 de agosto deste ano, o comandante da FAB (Força Aérea Brasileira), tenente-brigadeiro-do-ar, Juniti Saito, disse que "o programa poderia estar mais acelerado se houvesse mais investimentos, mas a parte de solo está operacional".

Memorial

Enquanto esperam o lançamento do VLS-1, os familiares das vítimas do acidente em Alcântara aguardam que o governo federal aprove a construção de um memorial no DCTA, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, morto em dezembro de 2012.

O projeto tem o apoio da Prefeitura de São José. O ministério não comentou a questão do corte de convênio e benefícios às famílias.

Foto: Carol Tomba
Oliveira, Doris e Adriana seguram camiseta em homenagem
aos familiares mortos no acidente do VLS, em 2003.

Década de Luto

SAIBA MAIS

Acidente

A tragédia do VLS aconteceu no dia 22 de agosto de 2003, às 13h26, na base de Alcântara, no Maranhão

Incêndio

Um incêndio destruiu a torre de lançamento do VLS e matou 21 pessoas, todos técnicos e engenheiros do DCTA , de São José dos Campos

Pendências

10 anos depois da morte, os familiares reclamam de abandono por parte do governo federal, que teria cortado convênios e bolsas prometidas em 2003. Há ainda uma revisão das pensões

Intermediação

Os familiares apostam na ajuda do prefeito de São José, Carlinhos Almeida, que fará a intermediação com o governo federal


Fonte: Site do Jornal “O VALE” - 22/08/2013

Comentário: Pois é leitor, realmente muito triste e muito decepcionante toda essa situação. Entretanto, temos de ressaltar que o PEB esteve no dia de ontem exposto na mídia como talvez jamais tenha estado, apresentando para a sociedade brasileira a verdadeira situação do programa espacial do país, e felizmente indo de encontro às declarações amenas e de esperança do Ministro Marco Antônio Raupp (Poxa, será que errei tanto assim com o Raupp?) e de seu real escudeiro José Raimundo Braga Coelho, que teimam em vender uma imagem do PEB não verdadeira para sociedade. Agora, quanto ao que diz, ou disse, ou dirá no futuro o Ministro da Defesa, ouve quem quer e quem é ingênuo suficiente a ponto de perder tempo com esse banana.

Comentários

  1. Gostaria de acrescentar a seu comentário Duda, que num dia em que o PEB esteve tanto em evidencia, a minha estranheza com o silêncio da AEB e do MCTI na data de ontem. Nem uma palavra, nem uma entrevista ....nada. Todo mundo quietinho.... porque será??

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    Respostas
    1. Olá Anônimo!

      Já o fez e com extrema competência. Parabéns!

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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