Programa SERPENS - O Mistério Continua - 1

Olá leitor!

Quando fiquei sabendo pela primeira vez sobre o tal Programa SERPENS (Sistema Espacial para Realização de Pesquisas e Experimentos com Nanossatélites - finalmente escreveram certo) de nossa Agência Espacial de Brinquedo (AEB), confesso que a minha impressão inicial foi de que este projeto era positivo para o PEB e chegava em boa hora.

Com o passar do tempo e após algumas informações colhidas junto a profissionais do setor, aliada as poucas informações divulgadas pela AEB, resolvi então beber da fonte, e assim procurei a coordenadora do programa a Dra. Chantal Cappelletti, professora da Universidade de Brasília (UnB), que inicialmente acolheu minha solicitação de entrevista com cortesia, mas que ao final do contato protagonizou um incidente desagradável me obrigando a não mais publicar a entrevista enviada por ela após tanto custo.

Evidentemente se já tinha dúvidas quanto a este projeto, após este incidente, elas só fizeram aumentar, e seguiram pelo mesmo caminho, já que a AEB continuou com a sua postura de apenas divulgar a Sociedade Brasileira o mínimo sobre o Programa, se limitando a apresentar maiores informações em eventos fechados promovidos por ela ou não e talvez em eventos fora do país.

Em 12/09 deste ano recebi um e-mail do Dr. Carlos Alberto Gurgel Veras (Diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da AEB) com um arquivo em PDF com a apresentação deste projeto realizada recentemente por ele no INPE, mas com a solicitação do mesmo para que não divulgássemos o arquivo e suas informações no BLOG, solicitação esta que foi atendida devido ao respeito que temos por este grande profissional, mas que na realidade só fez gerar ainda mais dúvidas sobre a lisura deste programa.

Para completar dias depois (19/09) a AEB postou em seu site que o primeiro nanosatélite deste programa havia sido aprovado em testes de segurança em Brasília por técnicos da Japan Manned Space Systems Corporation (JAMSS), e então na semana seguinte a equipe do Projeto se deslocaria para São José dos Campos-SP (muito provavelmente para o LIT/INPE), a fim de iniciar a campanha de segurança para o seu lançamento.  Bom leitor, após ter postado a nota no BLOG (veja aqui) e ter feito alguns comentários cobrando da AEB transparência, o leitor do BLOG Paulo Cesar (SJC) em seu comentário levantou ainda mais dúvidas, já que segundo ele era estranho adaptar as dimensões do tal nanosatélite em ultima hora e de forma artesanal, já que a equipe deveria ter as dimensões e requisitos do suporte desde o início do projeto. Afinal a própria JAXA disponibiliza essas dimensões e requisitos para quem participar desses lançamentos da JAMSS. Em resumo, o leitor Paulo Cesar colocou em dúvida também a competência da equipe na condução do projeto.

Diante disto tudo e da falta de transparência dessa agência de brinquedo conduzida por um incompetente de carreira, o BLOG BRAZILIAN SPACE inicia hoje uma investigação sobre este misterioso Programa SERPENS, na tentativa de esclarecer para Sociedade Brasileira do que realmente se trata este programa envolto em tanto mistério.

Dando inicio a nossa investigação descobrimos que o Laboratório de Engenharia de Processos de Conversão e Tecnologia de Energia (LEPTEN)” da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), campus de Joinville, esta desenvolvendo desde dezembro de 2013, sob a coordenação do Prof. Kleber Vieira de Paiva, um projeto intitulado “Controle Térmico de Nanossatélites”, que tem como objetivo o desenvolvimento do subsistema de controle térmico do primeiro nanosatélite do Programa SERPENS, bem como o desenvolvimento da parte estrutural do mesmo.

Segundo as informações colhidas pelo BLOG este projeto será desenvolvido utilizando software de simulação com código aberto para análise térmica do nanosatélite e um modelo de engenharia do nanosatélite seria fornecido pela AEB para os testes experimentais dos mecanismos de controle térmico.

Nota-se nesta informação que aparentemente algo de positivo surge dentro deste Programa SERPENS, mas é necessário realizar maiores investigações para termos certeza nas entre linhas se realmente não há algo de errado nesta iniciativa do LEPTEN, bem como no programa como um todo.

Vale dizer também que dentre as informações colhidas pelo BLOG sobre a participação do LEPTEN, uma coisa me chamou bastante a atenção, ou seja, o período de realização do projeto. Segundo consta o período do mesmo é de 03/12/2013 à 02/12/2015, ou seja, a AEB teria de fazer uma solicitação a NASA para usar um dos Ônibus Espaciais desativados, e assim através de uma missão de regate no espaço, regatar o Primeiro Nanosatélite do Programa, para assim um astronauta americano poder instalar este subsistema no nanosatélite.

Em resumo leitor, o Pinóquio da AEB (certamente por questões políticas de apoio a imagem da “Ogra” durante a sua campanha presidencial) aprontou mais uma, quando divulgou em março deste ano na mídia (veja aqui) que este nanosatélite seria lançado no segundo semestre deste ano. Isto tem que acabar, se esta agência de brinquedo quer ter credibilidade, precisa ser transparente e ter responsabilidade com o que divulga.

Duda Falcão

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